14 de mar. de 2006

ONDE ESTÃO MEU APENDICITE E MEU CACHORRO PEQUINÊS? - março de 2006

Mulheres pequinesas e seus apêndices

Sempre tive bronca de cachorro pequinês. Aquela cara enjoada sempre me lembrou essas mulheres-crianças que tanto me irritavam desde que era adolescente e continuam me irritando até hoje.A primeira desse tipo que conheci foi a Thaís, colega de classe no ginásio. A Thaís e seus cabelos louríssimos, escorridos, franjinha na testa, olhos muito azuis. Linda, uma verdadeira boneca. A queridinha dos professores. Nunca um fio de cabelo fora do lugar, uniforme sempre bem passado, blusa branca impecavelmente limpa e perfeitamente colocada por dentro da saia. E além de tudo, sentava no primeiro banco e concorria comigo nas notas altas.
Nunca fui com a fuça dela. Talvez porque eu não pudesse competir com aquela lourice, talvez pelo ar emproado de pequinesa de raça, talvez porque tirasse notas tão boas quanto as minhas. Muito provavelmente, também, porque meu uniforme estava sempre amarrotado.
Evidentemente, todos os meninos da escola eram loucos por ela, que fez meu melhor amigo sofrer como um cachorro vira-latas. De propósito, para eu ouvir, um dia contou para as amiguinhas dela, bem alto, que não agüentava mais o Orlandinho no pé dela, que era a terceira vez que a pedia em namoro e ela negava. Voei para cima dela, chamei de mentirosa, queria arrancar aqueles cabelos loiros. Só não virou briga mesmo porque nos separaram . Indignada, num intervalo de aula fui contar ao amigo o que tinha ouvido – e pela cara sem-graça dele, percebi que era verdade. Fiquei com tanta raia e tão envergonhada pela humilhação a que ela o submeteu que senti como se tivesse sido eu a humilhada. Odiei-a mais do que nunca e me vinguei da única maneira possível: nunca mais a ordinária tirou uma nota acima da minha.
Anos depois, alguém me falou que teve um casamento insosso e, rancorosa, regozijei-me por dentro, bem-feito! E ficou com cara de boneca velha, os olhos e cabelos destoando do rosto, da pele sem brilho e das muitas ruguinhas de expressão.Dane-se a pequinesa!
Houve outras, mas a última pequinesa com quem embirrei foi a Meg Ryan. Também tem a cara enjoada e aquele gênero mulher-menina. E alguém me explique? por que marmanjo adora proteger esse tipo de mulher? Já sei, vão dizer que é bronca porque ninguém quer me proteger. Isso é possivelmente verdade, mas não invalida a minha praga: tomara que se casem com elas, para ver como pequinês é chato!
O que me leva ao apendicite. Tem coisa mais chata que apendicite? Aliás, hoje em dia não escuto mais ninguém falar que operou “de apendicite”, como se falava no meu Interior. Eu e muita gente boa, por sinal, não dizíamos apendicite, era “penicite”. Era um tal de “fulano sofre de penicite”, “meu primo tirou o penicite”, e não entendia de jeito nenhum quando alguém (em geral algum adulto) ria e e alertava que estávamos perto de falar grossa besteira. Só depois de bem moça fui me dar conta da razão de acharem graça e fiquei vermelha a posteriori. .
Nunca tive problemas nem de apendicite e nem de penicite, e na verdade nem sei direito onde fica isso e que aparência tem. Aliás, pensando bem, o que diabos é esse apêndice? Para que serve? Onde fica mesmo, no lado esquerdo ou direito? Nunca lembro e, se depender de mim, que fique por lá esquecido, fazendo companhia às thaíses da vida.
Se bem que, essas , eu guardo no fígado.
Lilly Rowan

5 comentários:

Anônimo disse...

Lilly, sempre Lilly. Mulher x mulher é fogo e rancor. Mas falar mal assim da doce Meg Ryan é coisa da Amargha, pô! Puro ciúme. Beijão.

Márcio disse...

Voto contigo, Lilly! Já passou o tempo de Meg Ryan! Hauhauah.

Anônimo disse...

18/03 - 07:45 da manhã

Tsc tsc tsc...
Coisa, coisa....

Anônimo disse...

Inania Verba,

Ah...ah, sabia que ela foi a 11ª. melhor aluna em sua classe no Colegial, Tendo sido votada como "a mais legal", "pequinês" da turma?

Anônimo disse...

Bom, bom! que se casem e vejam bem quem levaram do supermercado!
Viva as gatinhas pardas e vira latas!