31 de mai. de 2006

Não fui eu



Ro Druhens

Quem deu à vida o gosto da morte
Quem deu à morte o cheiro do eterno
Quem deu ao eterno a certeza da dúvida

Quem deu à saudade a ausência do sorriso
Quem deu ao sorriso a chegada da lágrima
Quem deu à lágrima o gosto salgado

Quem deu à noite o medo do sono
Quem deu ao sono a esperança do sonho
Quem deu ao sonho o horror do fato

Quem deu ao fato a cara da dor
Quem deu à dor a sangrenta cicatriz
Quem deu ao sangue a cor da paixão

Quem deu à paixão o gosto da vida
Quem deu à vida o cheiro do eterno
Quem deu ao eterno a certeza da dúvida

13 de mai. de 2006

O VENTO - maio de 2006


Henrique de Lima Martins Torres, poeta e analista junguiano, curador ferido, Quíron e Prometeu, marcou minha vida, um dia, com sua poesia e seu afeto. Marcas que ficam pra sempre e que sangram na emoção que senti ao receber o texto abaixo, sem maiores explicações. Meu eterno carinho, meu melhor agradecimento.
Ro
Deixe de lado a carga dos signos
Faça suas as letras impregnadas de mentira
Diga que não vives por um celular
Que nossas células são outras
Entre na barca da ventura
E viva a liberdade de morrer no mar
Um vivo aos pés do vento
Uma casca de fibra de carbono
Carvão de nossas cinzas e diamantes
Fria no frio do mar
Nos calores tropicais cozinha no vapor
Vapor moderno voa na água
Anda mais que o vento
Menos que meu amar
Parto novamente
Me reparto e parto
Ando nas águas milagrento
Que minha própria dor é como o vento:
Não para de me soprar
H.Torres
13/5/06

12 de mai. de 2006

O vento e o tempo


Lilly Rowan

Vamos chamar o vento...Vamos chamar o vento...
Eu era menina e ouvia a música do Dorival Caymmi como quem via um filme, de tão visual que era. Primeiro a chamada mansinha, e depois, no resto da letra, o sopro veloz do vento que chegava:
Vento que dá na vela
Vela que leva o barco
Barco que leva a gente
Gente que leva o peixe
Peixe que dá dinheiro, Curimã.
Também cantava muito Prece ao Vento, que descobri ser de um certo Gilvan Chaves* e diz:
Vento que balança as palhas do coqueiro
Vento que encrespa as ondas do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
Me traz notícias de lá.
Me dava uma nostalgia, uma saudade não sei do quê. Nem podia saber, devia ter só uns 10 anos, Mas já suspirava como gente grande.Tudo que diz respeito ao vento me pega fundo. Será alguma relação com a transitoriedade das coisas? Nunca pensei nisso antes, mas não deve ser isso. Lembro de como o vento sibilava desafiante quando Caetano cantava, nos idos de 67:
Caminhando contra o vento
Sem lenço sem documento
No sol de quase dezembro, eu vou...
Da rebeldia juvenil ao soturno canto dos tempos sombrios dos porões da ditadura, o vento continuava uivando. Na música de Edu Lobo, de 1972, ele vinha como um sinal de mudança:
Era a lei da coroa imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o vento vira e do vendaval
Surge o vento bravo, o vento bravo
Vivíamos uma época braba, e bem que queríamos um bom sopro de ar para varrer o clima pesado. Alguns anos depois, em 75, iniciado o movimento de abertura política, o mesmo Caetano adoçava nosso espírito com a brisa suave de João do Vale e Luiz Vieira:
Deu meia noite, a lua faz um claro
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
De lá para cá, muito vento assobiou. Mas já não presto tanta atenção nele. Ou então, sei lá: dizem que tudo é calmo no olho do furacão.
-
Nota de pé de vento,digo, de pé de pagina:
E o "um certo Gilvan Chaves", foi o Gilvan Chaves certo. Avô paterno de meus filhos, Fábio e Gabriela,convivi de perto com a calmaria dos seus olhos verdes, com o furacão de suas emoções. Se nunca o ouvi cadenciar o sonho de meus filhos com sua Prece ao Vento, a saudade que ele nos deixou sopra mansa em nossas vidas como o vento de Olinda.

Passeio aleatório e furacões



Veblen, o Inexpressivo
Recordo-me perfeitamente quando aquela frase reverberou em minha cabeça: “processo estocástico gerado pela observação do período anterior mais um ruído branco”. Imediatamente pensei em um bar. A concepção de que até mesmo na economia algumas variáveis tinham um comportamento similar ao andar de um bêbado era aterrorizante. “Saí” do bar e pensei que deveria pensar na vida mesmo tendo permanecido sentado em uma cadeira e continuado sendo alvejado por processos geradores aleatórios.

Recordo-me perfeitamente quando aquele pensamento passou pela minha cabeça: “a vida é um passeio aleatório”. Após a conclusão óbvia, levantei a cabeça e voltei a minha atenção para o som da sala.

Alguns anos se passaram. A economia continuou repleta de ruídos brancos e de passeios aleatórios. Creio que a vida está repleta de fenômenos similares. Os passeios aleatórios de nossas vidas são como os furacões: chegam de modo inesperado e deixam uma sensação inefável. Hoje estou no meio do furacão. Sei que é o furacão mais complexo e gostoso que vivi.

A sensação de viver no olho do furacão, do mesmo modo que o passeio aleatório, sempre foi algo desafiador. O tempo vai passando e a sensação da tormenta permanece. O bêbado vai de um lado para o outro, volta para o lugar de origem e vai vivendo. Eu vou vivendo e me dou conta que a sensação de incerteza é uma das coisas mais encantadoras da vida. O furacão vai “rodopiando” e a minha certeza se cristaliza. O passeio aleatório fica com os seus ruídos brancos cada vez menos voláteis. A série vai ganhando tendência e homocedasticidade. A minha percepção fica repleta de certezas. Acho que estou no meio de uma tendência. Quero ficar no olho do furacão. Quero que o furacão não para de “rodopiar”.

Pensei, pensei, pensei... Continuo pensando... As minhas idéias tornam-se ruídos brancos: inesperadas, incertas e volúveis. O olho do furacão apresenta um comportamento absurdamente tendencial. Observo as linhas. Está tudo confuso. Não me importo. Creio que o processo gerador desta “série” não se importa. Viver no furacão é a coisa mais encantadora que pode acontecer.

No final a vida é assim: um passeio aleatório. No momento a minha vida é assim: um furacão “desprezivelmente” maravilhoso. Acho que as minhas linhas estão incertas e certas. Eu sei que há uma tendência. Você sabe?



11 de mai. de 2006

Rapto


Replicante Raquel

Estava úmida, sentiu o rascunho do vento em cada poro, ouvia ao longe balbucios de homens em caravana rangendo o cio, alguns em fúria, outros de leve, estremecia, a respiração arfante a impulsionou profana, levantou-se num espiral febril e dançou junto da fonte sagrada para todos.
Certa noite dançava para ninguém e ele a viu, perseguiu-a aceso, disse coisas de alma, cercou-a com indecências, ela compreendeu por que tantas odaliscas se despiam na fonte onde até então ela vinha nunca inocente sempre só se refrescar. Despiu-se para ele num átimo escuro de paixão predestinada, sem pensar, sem resolver juntaram-se nas costas de uma duna e após, no grande atrium intumescido, o sultão amarrou o turbante vitorioso e se exibiu enorme para todas. Ele não era dela.
Ela fugiu ciumenta, entre os seios trincou o frasco do licor com que embebedara os medos, cuspiu no óleo e amargou amêndoas, se feriu sem dó, se apedrejou, caminhou condenada pelas ruas exibindo a mancha, quando ele viesse beijar de novo seus montes arrepiados ela levantaria a burka e o afastaria com a pena capital da visão do sangue, o vexame da paixão vertida em mágoa de ser só ar, mais uma apenas na corte dele.
Um dia foi de novo e simplesmente o vento, desemaranhando, retecendo máscaras, caminhavam os dois sem adereço ou traço, não se reconheceram do mosaico antigo, por trás da banca com olhos de mormaço se convidaram, capturaram-se, seguiram o risco que um lagarto mágico esculpiu na areia serpenteante.
Ela cavalgou cidades com o bafo dele na nuca e o riso de ambos enchia os caminhos como um bando vadio de vagalumes, no dorso suado do puro-sangue ela pousou as ancas num sumo novo de seda e mel, couro e tabaco, liberdade de montaria e a língua ávida, cortante, áspera, que a rendia e inchava onde em cada parada ele a fazia sua era a do vento emprestada. Naquela noite ela não sentiu ciúmes, ele foi só dela, se enlaçaram e encostaram um no outro um destemor cigano, ela já não era de ninguém ainda, levava o olhar sonso do homem roubado dentro do cantil de prata, grudado, denso, cheiroso como um gume e um segredo ardente.

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imagem: Marc Chagall. Equestrienne, 1931. http://www.geocities.com/Paris/Parc/2331/russia/chagallgallery.html

Calafrio



Alexandre Abud
No começo pensei que fosse mais um dos inúmeros calafrios diários. A bebida, minha inseparável aliada, sempre representou um fator de risco, mas isso nunca me preocupou, principalmente após o primeiro trago. A questão, desta vez, é que nem a famosa frase que sucede os calafrios pareceu adiantar. Disse em voz alta, inúmeras vezes, como um ébrio mantra: “Sai morte que eu estou forte, sai morte que eu estou forte”. Em vão. Depois, julguei por bem verificar se as janelas estavam fechadas. Apesar de saber que era verão, aquela gelada e inexplicável sensação a percorrer minha espinha, de norte a sul, poderia ser uma friagem qualquer. Tudo fechado. Mais um trago, talvez uma oração. Outro calafrio e nenhuma explicação. Mais goles. Um par de meias talvez resolvesse. Das grossas, de futebol. Nada. Outro trago, outro calafrio. Banho quente e conhaque. Nada resolveu. Muito mais bêbado, após fechar as janelas, orar, vestir meias e tomar banho quente, senti o milésimo calafrio da noite e percebi que você sorria para mim, irônica, protegida pelo fino vidro do porta-retratos estrategicamente postado no criado-mudo. Quando ainda viva, antes de dormirmos eu tinha o hábito de despedir-me de você, beijava-lhe a fronte e você adormecia. Agora, depois de sua morte, percebo que me visita e, inversamente, me tira o sono.

O vento

Ben Iamin


“Me diga, por favor, adonde se escondeu o meu amor”



- Nem lembro mais o nome dela.

O bêbado dizia, meio mastigado, enquanto tilintava o gelo dentro do copo de uísque. O mais barato. Pago por mim.

- Mas o quê que tem, né? Eu lembro do cabelo, do corpo, do vestido, do jeito que ela andava. Um jeito meio assim, sabe? Um jeito de quem não pisa no chão, como se não devesse...

E toma o resto do uísque numa virada só.

-...não devesse nada a ninguém. Bonita demais. Só você vendo pra acreditar.

Dentro do bar só restavam ele e eu. O dono andava entretido, enxugando uns copos molhados. Mas era uma cidade de interior, e eu tinha certeza de que ele estava ouvindo cada palavra.

- Chegou aqui por acaso, rapaz, e foi morar sozinha! Diga aí! Foi morar sozinha lá pras banda do rio.

“Mas não tem casa lá.” – retruquei, um pouco contrariado comigo mesmo. Tinha medo que ele desistisse da conversa.

- Não tem agora. Botaram abaixo. A cidade toda derrubou. Depois cobriram com sal.

Lembrei-me de Tiradentes. E de que já tinha visto mesmo perto do rio algumas ruínas amontoadas.

- Começou a ganhar a vida sozinha. Plantava e colhia. Sozinha. Vez por outra aparecia pra vender. Era engraçado, rapaz. Ninguém comprava. Ela descia o morro carregada de verduras...linda...lindas, só você vendo. As verduras mais bonitas daqui. Tinha pra ninguém não. Mas voltava com tudo lotado. Ninguém comprava. Aí ela começou a dar. O que juntava de mendigo na beira da barraca dela...Dava tudo. Voltava pra casa só com os cestos. E na outra semana, do mesmo jeito. E na outra, e na outra.

Os olhos deles se perderam na janela. O dono do bar já não fingia mais sua surdez.

- Começou com Mané Negro. Acho que era o vagabundo mais doente daqui. De todos. Tinha umas perebas pelo corpo que davam medo só da gente olhar. Passou uma semana comendo do que a moça dava e ficou bom. Sarado, sarado. Chega dava gosto de ver. Depois foram os outros mendigos. Ganharam uma saúde no corpo, menino. Alguns começaram a trabalhar pra ela. Outros saíram da cidade em busca de emprego. Pedir não podiam mais, né? Não daquele jeito.

Estava ficando tarde, a lâmpada do poste já se cobria de mariposas. Algumas mais afoitas, morriam, fritas no calor.

- De repente todo mundo queria o que a coitada trazia pra feira. Derrubaram a barraquinha, roubavam dela. Começou até uma história de novena na porta da casa da mulher! Toda quinta.

O bêbado suspirou um instante, como se estivesse se lembrando de algo. Jogou o resto do gelo na boca, ainda com algumas gotas da bebida.

- Aí veio o menino morto. Acharam um inocentezinho na beira do rio. Disseram que foi ela. Correram pra casa da coitada no começo da noite, rapaz. Só você vendo. Cada um com um pedaço de pau maior que o outro. E pedra. O padre tirou ela de dentro de casa pelo cabelo, jogou no chão. E bateram. Ninguém perguntou pelo menino morto. Fizeram que não viram a barriga dela grande. E bateram os paus nos ossos dela e bateram as pedras na cabeça dela. No fim, num tinha quem reconhecesse de jeito nenhum. Tinha cabelo nas pedras, rapaz, cabelo. E sangue. A cabeça era uma pasta. Viraram as costas e começaram a descer pra cidade.

Os olhos do bêbado eram duas fornalhas, cheias d´água.

- Nem bem o povo começou a descer, ele veio. Uma coisa incrível, só você vendo. Um pé-de-vento assim forte, como a gente nunca tinha visto na cidade. Comeu casa, arrancou telha, o sino da igreja foi parar longe, longe...Os pedaços das paredes, do mercado, da praça voando por cima do povo. Dos que subiram o morro não sobrou ninguém. Ninguém. Dos que ficaram na cidade, acho que foi até pior. Tiveram uma merda de vida triste, daquelas que nem vale a pena. Namorado morreu, doença comeu. Sobrou quase ninguém pra botar a cidade pra cima de novo. Valia a pena não.

Agradeci ao bêbado, me despedi do dono do bar e fui, caminhando pra porta. O bêbado grita.

- Era ela linda, doutor! E boa! Cuidou de mim, doutor! Cuidou de mim quando eu fui lá. Foi só uma vez, doutor. Mas eu esqueço mais é nunca...

Assenti com a cabeça e cruzei a porta enquanto ele murmurava algo sobre a criança que a mulher carregava na barriga. E chorava.

Do lado de fora mais mariposas morriam na lâmpada. Elas nunca aprendem, não é mesmo?

Foi só então que eu percebi, logo atrás de mim um doce, mas forte, pé-de-vento. Com cheiro de feira.





*Lilly, me desculpa usar a mesma música, mas é que eu adoro!!!

10 de mai. de 2006

Ele, um vento


Ro Druhens
De começo foi tão manso que mal lhe desarrumou os cabelos.
As cortinas e algumas pétalas.
Presença anunciada quando ia o entardecer.
Esperança. Vontade. Desejo. Tesão. E escancarou.
Tudo.
E permitiu que ele lhe tomasse em volteios, furiosos abraços, revolta cabeleira, saia levantada, vergonha exposta.
Oferecida.
E, foi assim, mesmo assim.
Oferecida.
Generosa. Dadivosa. Verdadeira.
E ele lhe quebrava todas as memórias, destruía todas as lembranças, jogava porta à fora cartas nunca enviadas, devaneios, longas madrugadas em que brigara com as palavras tentando verbalizar a alma insana.
Ávida.
Ávida, a vida.
E, assim como veio, partiu. No em volta , destruição. Desfeitas a mesa e a cama. A espera. O jardim onde plantara a derradeira esperança.
Ele, um vento de entardecer.
Ela, uma mulher descabelada.

9 de mai. de 2006

O cabelo ou o vestido?


Banana de Pijama



Não há elegância sob uma ventania, a não ser que sejam efeitos especiais, tendo uma modelo de cabelos cuidadosamente preparados em primeiro plano, vestindo uma roupa esvoaçante, cuja pose a faça parecer levitar entre as folhas amarelecidas do outono.
Vento que é vento despenteia, bota cisco no olho, leva papéis das mãos, toalhas das mesas, derruba vasos e joga areia na cerveja. Conhece alguém que grite pra família abrir as janelas porque começou a ventar? Antes pelo contrário, fecha-se tudo, mesmo sabendo que o vento, atrevido que só, vai forçar a barra pelas frestas, uivando, avisando que se quiser mesmo entrar, usa o telhado.
Em meus devaneios de banana romântica, imagino um casal no alto de um morro, prestes a se declarar apaixonados um pelo outro. A jovem de faces rubras, com um sorriso tímido, olha para o mocinho, entreabre a boca e, antes que pronuncie o primeiro som, sente uma lufada de ar que lhe arranca o chapéu. O mocinho, solícito, corre atrás do chapéu da amada. Ao alcançá-lo pelas fitas, tropeça e cai. A mocinha diz “oh”, e o som é levado pelo vento até os ouvidos do mocinho, que vira-se, emocionado, agarrado ao chapéu e grita: “Eu te amoooooo”...a mocinha contra o vento não ouve e também não vê, preocupada que está em segurar a barra do vestido que teima em laçar-lhe o pescoço. Desconcentrado pela visão das coxas roliças da mocinha, o mocinho solta o chapéu, que volta a saltitar encosta abaixo. Ele paralisado. Ela num frenesi ora segurando a barra ora os cabelos, que sem o chapéu desgrenharam-se e lhe entravam na boca e no olho. Ele recobra as forças. Ela não vê. Ele torna a gritar: Eu te amoooo, sem perceber que estava espalhando todo o amor pelo vale atrás dele. O amor cavalgando o vento corre os pastos, as encostas, as fazendas, não havendo quem dele não tome conhecimento. Pessoas saem às portas, cavaleiros param seus galopes, o bar se esvazia, a missa é suspensa para ouvir aquele grito de amor que invade o vale.
Em seu embate com o vento que insiste em desnudá-la, a mocinha olha para rapaz a alguns metros adiante. Percebe que ele articula algumas palavras que não consegue ouvir. Pergunta aos gritos: O quêêêê?? Ele: eu te amoooo. O quêêêê????? Eu te a...a...a... caralho, vai ser gostosa assim lá na puta que pariu.
A mocinha, segurando os cabelos, novamente não ouviu, mas no vilarejo uma mulher desmaiou na porta da igreja.

NOTA: Por um erro meu quando da edição os 3 primeiros comentários deste post são relativos ao texto O vento e o tempo, de Lilly Rowan.
Ro