10 de mai. de 2006

Ele, um vento


Ro Druhens
De começo foi tão manso que mal lhe desarrumou os cabelos.
As cortinas e algumas pétalas.
Presença anunciada quando ia o entardecer.
Esperança. Vontade. Desejo. Tesão. E escancarou.
Tudo.
E permitiu que ele lhe tomasse em volteios, furiosos abraços, revolta cabeleira, saia levantada, vergonha exposta.
Oferecida.
E, foi assim, mesmo assim.
Oferecida.
Generosa. Dadivosa. Verdadeira.
E ele lhe quebrava todas as memórias, destruía todas as lembranças, jogava porta à fora cartas nunca enviadas, devaneios, longas madrugadas em que brigara com as palavras tentando verbalizar a alma insana.
Ávida.
Ávida, a vida.
E, assim como veio, partiu. No em volta , destruição. Desfeitas a mesa e a cama. A espera. O jardim onde plantara a derradeira esperança.
Ele, um vento de entardecer.
Ela, uma mulher descabelada.

8 comentários:

Márcio disse...

Lindaço, chefa! Soprou tudo por aqui!

Anônimo disse...

Eu consegui ver a cena e ao fundo ouvi uma música de violinos insanos.

Anônimo disse...

Ro Druhens..
O Vento do Oeste penteia os amores descabelando ..
É forte como seu texto. Viva!!

Anônimo disse...

Preciso dizer nada, nao, né?

Anônimo disse...

Diabos, aônimo uma ova. Era eu!

Anônimo disse...

Belíssimo entardecer. Ocasos desfazem mesas e camas para que renasçam esplendorosas para a noite de estrelas.
Agora é hora de alimentar estrelas.
beijos

b.ponto disse...

...
ola.
vim pelo abud e pelo marcio.
adorei os contos.
otima a ideia do fanzine.

...
como faco pra participar tambem??
..
posso?
.

Anônimo disse...

O Vento faz os rascunhos, cumprimento vc ou O Vento?